Desafio lançado! Vai fugir ou aceitar?
- Pr Rogério
- 30 de mai. de 2017
- 3 min de leitura
O momento pelo qual a nação atravessa, evidentemente promove grande impacto negativo, cada vez maior no dia-dia de milhares de pessoas. É visível esta onda de instabilidade que ultrapassa a realidade social e econômica, gerando nas massas um intenso sentimento de medo e falta de esperança.
No evangelho segundo Mateus, no capítulo 14, dos versículos 14 ao 21, vislumbramos o grande milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Onde, uma multidão segue a Jesus e o milagre da multiplicação é iniciado com o sentimento de compaixão demonstrado por ele.
Quando Jesus saiu do barco e viu tão grande multidão, teve compaixão deles e curou os seus doentes.
Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Este é um lugar deserto, e já está ficando tarde. Manda embora a multidão para que possam ir aos povoados comprar comida".
Respondeu Jesus: "Eles não precisam ir. Deem-lhes vocês algo para comer".
Eles lhe disseram: "Tudo o que temos aqui são cinco pães e dois peixes".
"Tragam-nos aqui para mim", disse ele.
E ordenou que a multidão se assentasse na grama. Tomando os cinco pães e os dois peixes e, olhando para o céu, deu graças e partiu os pães. Em seguida, deu-os aos discípulos, e estes à multidão.
Todos comeram e ficaram satisfeitos, e os discípulos recolheram doze cestos cheios de pedaços que sobraram.
Os que comeram foram cerca de cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. (Mt 14:14-21)
Nos dias atuais, surge uma grande demanda. Isto é, uma multidão faminta. Esta fome não se dá apenas no aspecto espiritual, mas surge na integralidade da vida humana. A crise, por conseguinte, vem gerando necessidades no âmbito espiritual e material numa multidão, nos remetendo assim à uma indagação: Não seria este o momento ideal para a igreja de Cristo engajar-se em seu serviço?
Os discípulos pensaram que era o momento de despedir a multidão, no entanto, Jesus atribuiu-lhes uma tarefa, ao dizer: “dai-lhe vós de comer”. Não é tempo da igreja eximir-se da sua responsabilidade social, vivendo uma equivocada dicotomia entre necessidade espiritual e necessidade física.
Vivemos o momento exato para a igreja se aproximar da multidão, provendo o alimento! Talvez muitos digam: “Temos pouco recurso diante de tão grande desafio!” Todavia, temos Cristo como principal alimento para a multidão. Ressalto que Cristo é suficiente! Porém a sua suficiência atende ao ser humano integralmente. Suprindo espiritualmente e materialmente. Isto é revelado nas simbologias do pão (Espiritual: Palavra) e do peixe (alimento material).
Entretanto, a suficiência de Cristo não está restrita apenas ao campo intelectual em mera aceitação doutrinária. É imprescindível que a suficiência de Cristo deva nortear as ações da igreja para com a sociedade. Atingimos o ápice desta compreensão na prática da partilha.
Em nossa disposição para servirmos, com o que possuímos, ou seja, com Cristo (Pão) e com nossos recursos (Peixe), agimos perante a sociedade com a fé prática. Um detalhe é apontado nos números referentes a quantidade dos pães e dos peixes. Os cinco pães, representam a lei mosaica. Os dois peixes, por sua vez, representam o testemunho do evangelho. Isto nos leva ao entendimento de que a fé (Cinco Pães: Religião), deve ser validada pela ação (Dois peixes: Testemunho), ou seja, as evidências da fé. Como poderemos orar por quem possui fome, sem alimentá-lo materialmente? Não podemos despedir a multidão, é tempo de alimentá-la!
Contemplaremos uma multiplicação, ao disponibilizarmos o que temos para que posto nas mãos do Senhor, possamos atender as demandas da nossa comunidade. Assim o Senhor é quem opera todas as coisas! Somos apenas como canais de bênçãos para que muitas vidas sejam alcançadas através de nós. O que precisamos urgentemente é, assim como os discípulos devemos nos organizar para suprirmos os necessitados. Das mãos do Senhor, passará às nossas mãos, e as bênçãos serão compartilhas. Poderemos deste modo, realizar muito mais do que esperamos, através de uma fé confirmada pelas ações.
O evangelho é poderoso para elucidar a dádiva onde, o que recebemos das mãos do Senhor, no sentido espiritual ou material, não deve limitar-se ao convívio dos nossos círculos eclesiásticos ou religiosos. Tal como sobejaram doze cestos, quando recebemos e compartilhamos as bênçãos do Senhor, recebemos do mesmo a capacidade de nos preparar para levar adiante na direção daqueles que estão fora dos ambientes de culto. Nos saciamos, entretanto, isto não para em nossos deveres restrito ao nosso grupo religioso ou denominacional. Pois devemos pensar nos que estão distantes e devem ser alcançados. Tudo começa com a compreensão da nossa responsabilidade social, e não fugimos da tarefa de servir a uma multidão de necessitados! Desafio lançado! Vai fugir ou aceitar?
Rogério Santos
Pastor na Comunidade Batista Aliança Profética-Lauro de Freitas-BA
Bacharel em Teologia
Pós-Graduado em docência em Teologia, História e Filosofia
Referência Bibliográfica:
Bíblia Sagrada ARC- Almeida revista e Corrigida.